Ver o documento é uma experiência;
Desanimadora- O saque fiscal em 2012 não se aproxima da eficácia calculada pelo governo, nem sequer da receita do ano anterior. O corte nas ‘gorduras’ do Estado está a ser feito a ritmo insuficiente (pese embora melhorias que em contexto normal certamente seriam consideradas assinaláveis);
Dantesca- A despesa não para de subir. Sejam aquelas expectáveis de contrair no exercício do ano ou as provenientes de dívidas antigas que urge colmatar “…A despesa com bens e serviços e outras despesas correntes aumentou 15,5 % (4,2 % até julho) devido ao pagamento de dívidas do SNS. Corrigido este fator ter-se-ia uma redução destas despesas de cerca de 4,8% (-4,1% em julho)…”.
Dilacerante- O juro pago pela nação ‘cresce’ 676.3 milhões de euros em relação a 2011. O estado socialista dos direitos injustamente adquiridos para toda a vida, escraviza cada vez mais quem trabalha numa lógica estúpida de solidariedade geracional e interprofissional que premeia função pública e seus reformados (sim porque justiça insuficiente é sempre ganho para a cigarra) em detrimento de cidadãos livres do sector privado, no activo ou na reforma.
Desigual- O ajustamento violento no mundo ‘privado’ acontece a ritmo avassalador, ao contrário do observável no ‘serviço público’.
Desesperante- A não ser que quem nos ‘dá a esmola’ perdoe dívida ou aceite uma revisão profundíssima e abonatória da nossa condição de ‘pedinte’, 2013 vai ser igual ou pior, os números não enganam.
Declarativa- O governo faça o que fizer haverá muito ‘sangue’. Eu só estou disposto a mais austeridade temporária se verificada redução estrutural bastante significativa na despesa pública, com ou sem deriva ideológica.
Mais, se tal não se verificar, por incompetência, incapacidade ou imobilidade, estarei receptivo ao ambiente ‘guerra civil’ que muitos por aí defendem. Claro está que facção irei integrar.