Factos, imagens, frases. Nos dias de hoje, fazem-me pensar que vivo os dias estranhos de uma "civilização global" procurando a entidade em folhas de um livro em branco.
Olhamos para o livro e pensamos que não há outra saída, possivelmente teremos que o escrever todo, desde a primeira à última linha. Mas até nisso temos dificuldades, escrevemos em que formato? Em que língua?
Um mundo a mudar? Uns pensam que acabou o contemporâneo. Eu também. Já não existe. Começou a idade digital, naquela onde os grandes vitoriosos são os amorfos que entregam a criação e produção a entes mecanizados, orgânicos ou não, despidos de afecto, ausentes de classe e uniformizadores que, agora até vendem a heterogenidade uniformizada.
O livro da nova idade ainda está por completar. Quererá o nossa espécie fechá-lo com ideias superiores? Quererão fazer das próximas décadas uma mesa de frontalidade e pragmatismo na análise das fraquezas e fortalezas do homem como centro da sua auto-destruição?
Uma espécie inteligente deveria caminhar para uma solução de subsistência coerente, verdadeira, olhos nos olhos, olho por olho, e admitir combater as suas deficiências com determinação, contudo, sem nunca as substimar.
A medida de Portugal é pequena...quase a desaparecer. Em certa medida porque a comunicação social tem uma medida pequena e despreocupada do futuro do país, logo contribui para o desaparecimento.
Razão tem Ângelo Correia. Existe uma comunicação social desinteressada do país, emocionada com o pouco relevante e excitada com tramas de romance de enredo Mexicano.
Exemplos?! Então vamos a estes;
1-“…. O tribunal do Comércio de Lisboa está em completa rotura…se fosse investidor estrangeiro nunca investiria em Portugal” (Maria José Costeira, Juíza-Presidente do referido tribunal).
Tempo dado a este acontecimento/declaração; poucas horas no dia das declarações e no seguinte.
Já no código de trabalho e nas negociações/manifestações visando a sua reestruturação, a comunicação social gasta horas, debates, frente a frentes, etc.
Porque será que não percebe que o apelo desesperado da referida juíza é tão ou mais importante que a elaboração de novo código?
Simples, o jornalista Português normal não percebe que só é importante plasmar novas leis, se as existentes e futuras tenham condições para serem respeitadas a bem e nos casos necessários, a mal.
2- No novo tratado de Lisboa, algures está escrito que o Conselho Europeu poderá decidir pela dupla maioria, i.e., decisões são impostas se pelo menos 55% dos países, com pelo menos 65% da população, assim as quiserem.
Onde está o debate? O contraditório! A discussão pública?
Não está. O jornalista Português quer ser europeísta por julgar que isso lhe confere o dístico de primeiro “mundismo”. Quase que diria que na TV e Jornais se gastou mais espaço e tempo na cobertura da assinatura do tratado nos Jerónimos que a discuti-lo propriamente.
3- Ao discutir a problemática da educação em Portugal, a comunicação social prende-se ao vídeo e rejeita a discussão ideológica da questão!
Não sei bem porquê! Ou melhor, sei, a comunicação social em Portugal é na sua larga maioria de esquerda. Assim, não interessa discutir como os pedagogos comunistas e socialistas subverteram o que devem ser os valores presentes na educação (para todos, professores incluídos).
À laia de recompensa, televisões como a SIC, permeiam Sociólogas como Joana Amaral Dias que disse “…como diz o gato fedorento no meu tempo não era assim, era bem pior…” (falando sobre o caso do telemóvel na escola do Porto como sintoma da violência nas escolas, no programa Prós e Contras da RTP1). E a SIC não premeia de qualquer a maneira, lá vai ela semana sim semana não, debitar disparates em nome do seu intelectualismo pseudo-esclarecido, pseudo-superior e pseudo-educador. Ora aqui está a burrice suprema… a senhora nem sequer percebeu que no meu, no dela, e no tempo do Ricardo Araújo Pereira não se levava pressões de ar para a escola primária como hoje acontece por exemplo no Montijo.
Conclusão disto? O jornalista Português ainda não entende que são mentes brilhantes como a desta Socióloga que tem pensado a nossa educação desde o 25 de Abril (provavelmente depois de noites de ócio no Bairro Alto).
Em Abril de 2008 várias problemáticas estão na ordem do dia! Serão as certas? Ou serão o reflexo da mediocridade do nosso burgo?
1-Discutir a suposta crise/sucessão do PPD/PSD como principal tema da nação! Por alma de quem? É este partido que está a governar? É o PPD/PSD o responsável pela crise que nos está a bater à porta?
Pergunta para quem souber responder;
Em quem vai votar um cidadão sério, trabalhador, liberal, não religioso e de direita?
2- Fazer como tema de café de toda a gente a desgraçada época do meu clube?
Mas não tem mais nada para branquear a perfeita miséria e nojeira que é a indústria futebol em Portugal!
De repente o problema do futebol são as constatações furiosas sobre arbitragens, mais que justificadas, por parte de Luís Filipe Viera e Chalana?
Para os pindericos do Sporting ganhar uma taça de Portugal chega! Nem que para isso recorram a tudo...até a arbitragens que resvalam para o "caseirismo" repugnante de outros tempos.
Para os sub-desenvolvidos dos Portistas interessa ganhar tudo a todo o custo....isso incluí corrupção.
Quanto aos Benfiquistas eles são o Sol deste país...não percebo bem como!
Adeptos de valores simples que apenas gosta de ganhar mas se perderem bem e segundo as regras de jogo não levantam ondas...deviam passar mais despercebidos! Único defeito, digo eu, será a fantástica/imbecil capacidade de auto-destruição que transborda quando a vontade de ganhar supera a racionalidade e objectividade na análise da realidade.
Declaração de interesses: Sou de "direita" e do Benfica.
Dicas para os restantes Portugueses;
1- Que tal discutir/ler/estudar a política económica/financeira do actual governo?
2- Que tal discutir as regras/leis/regulamentos do desporto nacional, estando à cabeça o futebol. Já agora que tal discutir o trabalho realizado por Hermínio Loureiro, Laurentino Dias e Gilberto Madaíl. Para quando um tribunal do desporto em Portugal?