The Cellar Lab, Cortes de Cima-Outubro de 2010
O local mais importante durante uma vindima! Passa por ele a monitorizaçao dos mostos em fermentação, a tomada de decisão sobre o que retirar do campo a seguir, avaliar a qualidade do que está a entrar no momento e também as ordens de intervenção sobre vinificações!
Num raro momento ausência humana, nota-se a sua intensa presença. O alinhamento intencional dos objectos descreve bem a dinâmica do laboratório na adega da Herdade Cortes de Cima em 2010. Valha a verdade, por altura de Outubro, este flash foi, ou será, idêntico em 2000, ou 2020.
1ªNota: Já não foi uma, nem duas, as pessoas que me perguntaram pela razão de eu consumir regularmente os produtos à base de café da cadeia Starbucks. Alegam as mesmas, que os produtos são caros e o 'nosso' café é muito melhor.
De facto a 'bica' do Starbucks, por enquanto, parece-me igual ou pior que outra tirada num qualquer estabelecimento de restauração que tenha como fornecedor um dos Brands de referência nacional. Isto se, neste último, haja a preocupação de manter em boas condições de higiene e conservação a máquina de moer e tirar café. O problema, é que no que toca a este ponto, facilmente nos desiludimos, sendo normal, num dia inteiro, não se beber um café de jeito nos vários botecos de esquina. Ora, é aqui, pela especialidade, que o Starbucks ganha pontos. Depois junta-lhe a inovação, precisão e constância na elaboração de bons latte's, capuccinos ou frapuccinos, em que o carácter aromático da variedade Arábica prevalece, colando bem melhor com momentos de relax e pausa a que se pretender unir o produto -quando comparado com a variedade Robusta-. Finalmente, a cadeia oferece um serviço confortável e simpático que tenta justificar o preço elevado da sua oferta.
Percebendo que o seu produto é caro, logo, tem que ter o máximo de atributos possíveis, a Starbucks pretendeu ainda fazer-nos sentir bem com o resto do mundo, especialmente com o terceiro, de onde é proviniente a sua matéria-prima. Assim, garante que o seu café é FAIRTADE, isto é, "...os pequenos produtores de café recebem um preço minímo garantido, acima do nível de mercado e um prémio adicional..para desenvolvimento das suas comunidades".
Na decisão de cortar nas despesas para 2011 são estes pequenos detalhes que deveriam contar, para mim contam, como tal, entre cortar nos cafés do Starbucks ou por exemplo nos doces, cinema ou cerveja, a escolha torna-se mais fácil...uns vão ser mais prejudicados que outros!
2ªNota: A relação PT-Governo, em 2010, teve o seu quê de artístico. Num dia destes não estranharia ver nascer um filme que certamente, voluntaria ou involuntariamente, retrataria o capitalismo nacional ao tentar relatar esta estória. Uma capitalismo de esquerda que despreza o interesse económico geral para servir um restrito número de indivíduos no poder político-económico -o novo comité central do século XXI-, que numa espécie de verdade dogmática decidem pelo colectivo de acordo com a visão dos seus objectivos pessoais.
Seria um fartote ver em tela o Zeinal safar o José (caso TVI) para logo a seguir observar a reviravolta do Sócrates a safar o Bava (OPA hostil da Telefónica sobre a Vivo).
Desta dança de mãos por baixo do rabinho, nasce agora o mais recente take, a transferência do fundo de pensões da PT para o Estado. Não vou dissecar a interesse público deste negócio, não tenho tempo! Devem ser os deputados da nação a fazê-lo, através de 'continhas' bem feitas. Apenas saliento que a PT, em 2010, contava rentabilizar este fundo em 6%, até Setembro conseguiu 1,4%. Afinal eles não são tão bons gestores como se vendem. Até eu, a rentabilizar as minhas poupanças, consegui performances semelhantes.
3ªNota: Soube, através dos jornais, que Manuela Ferreira Leite (MFL) é contra o corte nas reformas para quem, actualmente, a acumula com salários na função ou serviço público. Caso para dizer que o algodão não engana! Uma vez a viver à conta dos outros é muito difícil perder regalias que à luz de qualquer perspectiva de análise são imorais. É inadmissível que esta senhora pense assim, ou se calhar não, parece que toda a vida foi funcionária pública ou equiparada. Ora aqui está uma grande diferença quando comparada com o liberal Pedro Passos Coelho (PPC). Senão atente-se ao trecho da sua biografia plasmada na revista Tabu do semanário Sol "...em 1999, Pedro está desiludido. Para não colher por meios incertos, abandona o Parlamento para estudar...Estava há 9 anos no Parlamento e tinha direito à subvenção vitalícia, mas abdicou...". São estilos! MFL é uma centrista que às segundas quartas e sextas é de esquerda, às terças, quintas e sábados de direita, PPC é da direita clássica, pura e na linha Americana progressista. Está nas mãos dele não se deixar infectar!