Está na grelha de partida a nova época do glorioso. Antevê-se extremamente difícil e cheia de armadilhas pelo meio. Eis as notas que julgo pertinentes;
1ªNota: As evidências claramente mostram que ou era Jesus a sair ou uma equipa nova tinha que entrar. Escolheu-se a segunda opção e assim alguns jogadores que se preparavam para queimar desde logo o treinador já não o podem fazer.
2ªNota: Mesmo assim a questão da defesa ainda não está claramente resolvida, com Luisão a armar-se em mamão existe o risco de se passar mais 2 ou 3 meses afinando o sector defensivo. Potencial erro que a ter consequências graves é imperdoável!
3ªNota: No papel, o Benfica tem equipa para dar chapa 3 a todas as equipas de Liga Portuguesa exceptuando Sporting e Porto. Não sei se o mediano treinador Jorge Jesus já percebeu isso, mas se não, rapidamente o perceberá nos primeiros jogos na Luz. O equipa técnica, com o ataque ao mercado desta pré-época, está sob uma pressão elevadíssima nunca experimentada por eles no clube.
4ªNota: Espero ainda que o Benfica tenha preparado um 'back up' directivo, argumentativo e activo para se defender de ataques fora do campo, eles vão ser muitos e de peso. O tridente F.C.Porto, Árbitros e Sporttv está mais unido que nunca, agora reforçado por um Sporting que tirando um ou dois foguetes interessantes tentará nos corredores do poder fazer aquilo que penso não conseguir em campo ainda esta época (aproximação significativa ao Benfica).
5ªNota: Os objectivos são simples. No Futebol, ser campeão nacional, ganhar a Taça de Portugal, estar presente na fase de grupos da Liga dos Campeões e nas competições Europeias na segunda parte da época. Quanto às outras modalidades, ganhar mais troféus em quantidade e qualidade que o F.C.Porto.
6ªNota: É lamentável o destino do Futebol nacional em termos de ligação ao jogador nacional e por consequência às pessoas do país. Não digo que o SLB deva ser anjinho, mas depressa tem que lutar para alguma coisa mudar nas regras aplicadas a todos! O clube neste momento não respeita a sua história, e se tal acontece arriscasse a não ter mais história para fazer no futuro. A equipa de futebol do Benfica é um corpo quase totalmente estranho ao país e isso é muito perigoso a todos os níveis...tenho pena que os dirigentes não o consiguam ver e perceber.
7ªNota: Por fim há a questão psicológica! Terá que ser o clube a puxar pelos adeptos. Como tal, entrar com 10 jogos fortes e vitoriosos é muito importante. Caso contrário os fantasmas da época passada voltarão, ainda por cima com uma comunicação social desportiva sedenta de sangue prós lados da Luz (como de costume não é novidade)!
1ªNota: Baboseiras a monte têm sido ditas sobre a actual crise Portuguesa, dos PIGS e agora do Sul de Itália. Queria destacar a que aponta para um ataque ao Euro por parte das agências de rating em razão de favorecer a valorização do Dólar. É preciso ser muito cego ou ignorante para isso dizer. Toda a gente minimamente informada sabe que, desde 2007 (pelo menos), uma considerável valorização do Euro face ao Dólar é o pretendido pelas entidades oficiais financeiras Norte-Americanas. Percebo quase nada de política cambial mas neste caso basta ser observador e ler alguma coisa.
2ªNota: Agora a salvação parecem ser os 'Eurobonds'! Entendo o anseio dos Portugueses, ainda mais aceito a aparente liminar recusa de Alemães, Franceses, Luxemburgueses, Austríacos, Holandeses, Dinamarqueses, Belgas, Suecos e Filandeses. Afinal que prazer há em viver para trabalhar no Norte da Europa se é para pagar a boa vida de cabeleireiras reformadas aos 50 no Sul!
3ªNota: Ainda pelos 'Eurobonds' convinha que a classe política que os anda a defender como salvação, pudesse explicar claramente os potenciais 'custos' desta decisão. Só gente pouco ponderada poderá pensar que esta solução não tem condições severas e altamente limitadoras da liberdade individual e colectiva da sociedade portuguesa.
4ªNota: A questão central! O endividamento. Na minha opinião não há volta a dar, qualquer que seja o caminho tem que passar pelo cumprimento integral do Memo da Troika pelo menos nas medidas.
5ªNota: Por último a questão política! É simples, escondida atrás da nuvem de fumo de 'opinadores', temos a seguinte escolha; Ou vamos para uma solução mais à esquerda estilo Federação Russa a Ocidente, com menos democracia e direitos em nome de um Estado Social que não se manterá (mesmo que o contrário seja prometido), ou aceitamos o sofrimento actual para daqui a 5 anos ganhar mais dinheiro e autonomia nacional!
Nesta enquadramento sou assim mais favorável à seguinte solução; Liberalizar reguladamente o país com severo corte de custos no funcionamento do Estado. Reduzir por nossa iniciativa o 'Estado Social' ao tamanho proporcional das nossas possibilidades, e, ao mesmo tempo, com pinças, a nível Europeu negoceiar a saída Alemã para esta crise -participação dos privados em futuros resgates-. Aproveitando o caso Grego que passa todas as marcas, ter uma conduta pragmática de oportunidade (não oportunista) tentando ganhar alguma redução na taxa de juro dos nossos empréstimos e/ou ligeira extensão nos prazos de amortização.
País temporariamente ignorante...o problema é que é há muito tempo!
A Moody’s tem razão? Sim tem.
A Moody’s está a ser rigorosa demais? Dado o nosso historial como país talvez não!
A Moody’s foi oportunista com esta análise? Não tenho problemas em admitir que sim. Mas essa, na minha opinião, é uma temática lateral a que a mediocridade portuguesa insiste em dar primazia…é um pouco aquele dilema que se aprende nas formações de gestão de equipas, é uma questão urgente mas não é importante, logo, perder muito tempo com ela é dispersão de energias.
Qual a melhor e pior reacção à posição da Moody’s? A melhor, do governo nacional. Além de uma curta frase de índole estomacal seguiu jogo sem perder o foco. A pior, o alarido do Presidente que não ajuda à necessária concentração no verdadeiro desígnio nacional…fazer mais com menos não desperdiçando nada!
A Moody’s baseia a sua decisão em factos? Sim.
Quais são os factos novos que a Moody's viu (ou velhos que não acabam e deviam)? Aqui vão 10!
1.Portugal não faz (ou não quer) fazer o devido Auditing a quem nos colocou nesta situação. E se não quer, quem garante a estrangeiros que não vai haver o mesmo tipo de acção outra vez? Afinal é para passar impune! Até se soube agora que se recortam autos que ameaçam acabar com processo “Face Oculta”!
2.Derrapagem orçamental nada meiga no primeiro trimestre de 2011 que obrigou o governo a “queimar um cartuxo”;
3.Luta feroz prometida pelos sindicatos desde o primeiro dia da eleição de Passos Coelho (curiosamente agora amainaram);
4.Alusões a um novo tipo de legitimidade democrática a que se chama 'Maioria Social';
5.Confirmação que contratos blindados das mega-obras Socráticas não se conseguem desfazer sem custos consideráveis;
6.Protestar contra o fim dos governos civis (até isto!);
7.Opinião pública relevante, falada e escrita, a defender alternativas que não passam pela alteração profunda do modo de vida nacional (saída do euro -Ferreira do Amaral-, renegociar dívida – Esquerda- ou pensar em mais um empréstimo -Silva Lopes -);
8.Movimento de bastidores para bloquear um dos projectos de poupança mais importantes do PPD/PSD, i.e., privatizar um dos canais da RTP e racionalizar o remanescente;
9.Em Portugal, ainda hoje depois de tudo, poupar 1 milhão no Estado é visto com escárnio, mal dizer e inutilidade…porque é pouco;
10.O tempo político em Portugal é muito longo, nem numa urgência se conseguiu encurtar os tempos para eleições e tomada de posse…e o facto é que um dos factos é o tempo passar e POUCO ACONTECER! O país tem orgânicas muito lentas e burocráticas em que a Moody’s não deixa de reparar (que não acabam nunca mais!)… por tudo isto as boas intenções não são suficientes para estes “tubarões” do capitalismo.
Para eles, e lá têm a sua legitimidade de assim pensar, é como Judas...ver para crer!
No seguimento do racionalização da máquina do estado, o actual governo subtraí mais 18 jobs for the boys, neste caso não nomeia os Directores Adjuntos Distritais da Segurança Social. Poupança? 4,4 milhões €/4 anos. A juntar aos 6,272 milhões evitados com um Executivo mais curto e sem Governadores Civis, vamos em 10,672 milhões € (em 4 anos) que os tax payers não têm que pagar.
Notas sobre este assunto ao folhear o jornal Público de hoje;
a) Como é possível que um profissional da informação faça as contas ao custo de um governante e só entre em conta com o ordenado? Então as despesas de representação? Os descontos para a segurança social? Outras benesses inerentes ao cargo? A peça era confusa, incompleta e foi tratada de forma grosseira...prefiro os meus números.
b) Um tal Vasco Pulido Valente vem dizer que estes cortes são migalhas! Pois são, migalha a migalha, a formiga compõe no Verão o seu retiro de Inverno. Mais, falar de milhões como se fala de 20 cêntimos, só mostra bem como os nossos intelectuais estão desligados da realidade e do país que não é o 'Chelsea de Abramovich', 10 milhões € é muito dinheiro Sr. Vasco Pulido Valente! Principalmente quando quase sem fazer nada, no poder há 1 semana, isso se evita esbanjar.
Jornalismo como serviço público é isto, é pena não desenvolverem mais esta notícia. Quem são os detentores destas obrigações? Com que juro se premeia os seus detentores? Se alguém souber não hesite em partilhar comigo!
O 'saque' vai ser 0,5 (SN-485)= X € que será retido na fonte em Dezembro. Espero pelas formúlas a aplicar aos rendimentos de capital -quais estarão sujeitos?- e do trabalho independente. Para já o menos mau é o carácter universal, logo, mais pacífico e patriótico do castigo.
Mas vamos aos comentários políticos;
1- A alternativa era limitar esta medida aos servidores públicos (SP), ainda que nessa hipótese o imposto extraordinário provavelmente tivesse que ser mais gravoso. Era o mais justo! Porque a questão não é saber quem perde mais com a crise, pois perdemos todos, mas sim reconhecer quais foram os mais beneficiados ao nível de remunerações do trabalho com 6 anos catastróficos do PS -ou porque não com 30 anos de défices orçamentais públicos quase consecutivos-;
2- Percebe-se a escolha do actual governo bem como o seu timming. Cortar o SN só a SP provavelmente deixaria o governo sem espaço para outras medidas reformistas de maior poupança a longo prazo, os anti-corpos começariam a crescer depressa e cedo demais. Por outro lado, o timming é óbvio, ligar esta medida a mais um descontrolo orçamental Socrático só agora publicamente clarificado, era mais que obrigatório! Daqui a 6 meses já não poderia ser feito com a mesma eficácia mesmo que fosse verdade...como é!
3- Alguns dizem que o Governo começa mal pois já está a fazer aquilo que disse que não fazia! Errado e Hipócrita! A página 30 do programa eleitoral do PPD/PSD (Política Fiscal de Curto Prazo ou Emergência), da forma que está escrita dá para tudo. E diga-se em nome da verdade pura e dura, o ponto 1.1. do Memorandum de entendimento com a Troika isso exige, nem vale a pena andarmos aqui ao 'jogo do diz que disse a criancinhas em Vila Franca de Xira' ou invocar as meias-verdades ditas (e não escritas) da campanha eleitoral.
4- Quanto à legalidade constitucional da medida, ela deixa-me as mesmas dúvidas/certezas que tive o ano passado. Eis a situação; Um contrato a termo certo de 6 meses iniciado em Janeiro e findo a 31 de Junho. É evidente que o SN já foi pago. Logo, se nele incidir este acréscimo de imposto, em acerto final de IRS, estamos perante retroactividade proibida.
5- Finalmente o buraco orçamental do estado. Não nos pára de surpreender! A táctica de Pedro Passos Coelho de não falar do passado poderá custar-lhe caro, a devida responsabilização sobre o tema ainda não está totalmente realizada e comunicada. As pessoas ainda não sabem o pior...é que tudo o que está planeado em termos de sacrifícios pode não chegar, a dívida é astronómica e impossível de pagar sem sofrimento muito grande.
A festa acabou. O laranja caiu o negro elevou-se!