19/11/2011, por aí em Lisboa!
Caminho - Sair de Portugal Cá Dentro
Tribunal Esquerdista Pouco Original
.Com, Regional Alentejano-Estremoz
Branco 2010 – Antão Vaz, Roupeiro, Verdelho e Viognier
Vinhos Tiago Cabaço (3,99€ Auchan-Alfragide)
Condições de Prova-11ºC no início, no dia 18/11/2011.
Aspecto Visual- Limpo, amarelo cítrico.
Olfacto/Nariz-Dada a sua panóplia de castas era de esperar dificuldade nas percepções. Predominantemente vegetal, passando pelo floral até ao frutado. Mais frio tive sensações tropicais, caí para o abacaxi, menos frio para a maçã.
Boca- Mineral e fresco, com alguma evolução.
Nota: Nas mostras de vinho em Lisboa é possível falar abertamente com o seu criador que simpaticamente apresenta os seus vinhos, conseguindo uma harmonia entre abordagem técnica e a linguagem simples para leigos perceberem. Foi assim na Mostra de Vinhos Alentejanos no CCB, no passado mês de Outubro.
http://www.tiagocabacowines.com/
Gostei da combinação que fez com a massa especial da minha namorada. A experimentar com frequência.
1ªNota- Na Gulbenkian, no passado fim-de-semana, por 5€, visitei uma exposição de pintura. Embora pequena em quantidade inestimável em qualidade. Para quem se queixa da não existência de cultura no país tem neste certame uma oportunidade de lavar os olhos com tons de génio em cores triviais. Acredito que o melhor da Pintura como produto cultural bem promovido e comunicado, é conseguir 'apanhar' todos os segmentos. Desde ignorantes, passando pelos curiosos até aos especialistas. Neste caso, só o facto de se puder ver óleos de Van Gohg, Matisse, Picasso, Dali, Monet, Paul Cézanne e companhia, justifica uma ida a Lisboa, nem que seja para prestar tributo aos quadros que semelhante viagem fizeram e por cá estarão até 08 Janeiro, emprestados pelo ricos museus das grandes cidades mundiais. Eu não vou fazer uma mas sim duas...vou repetir a visita! Qual a razão de falar nisto no meu blog? Simples, exposições destas, com ou sem intenção, são mediocremente divulgadas, mais parecendo que em Portugal este tipo de diversão não pode ser incutido ou estimulado na população em geral.
2ªNota: Ontem no cinema vi um tipo de filme que gosto e recomendo. O 'Contágio', por 6,10€ sem pipocas consumi cultura em forma de estória que tenta retratar um possível acontecimento do futuro com base em factos reais do passado.
O filme centra-se numa pandemia mundial com potencial de mortalidade humana avassalador. Sem efeitos especiais, barulhos ou exploração excessiva de pequenas sub-estórias, o argumento toca todos os aspectos do fenómeno de forma equilibrada e formativa. Clarificando que, se há coisas certas na vida, o grau de incerteza sobre o momento da nossa morte individual e extinção como espécie são certamente duas delas. Valerá apena viver em pânico por causa disso? O filme na minha opinião também é razoável na resposta! Este documento cinematográfico deveria ser encarado como formação obrigatória para entidades oficiais de saúde. Porque não também passá-lo em escolas e trabalhar a partir dele para temáticas científicas que aborda?
Elenco de luxo num filme calmo e educativo...logo, Cultura
Catroga em nome do PPD/PSD, em plena negociação com a Troika visando o montante e condições do resgate da República, escreve um total de cinco cartas ao trio com CC do Governo. O teor cartas têm um único tema de fundo, queixam-se do governo PS e da omissão deliberada de dados financeiros que por sua vez impossibilitam a determinação correcta da dívida pública nacional.
À altura, do Governo, do PS e seus seguidores/apoiantes (ex: comentadores contratados da SIC/RTP/TVI24) vêm uma ‘chuva’ de críticas contundentes, das quais ‘o homem está a fazer um número de circo visando ganhos políticos’ pode ser considerada a mais soft.
Hoje, embora não sendo oficial, é público que Portugal precisava de um resgate superior em pelo menos 25 Mil Milhões. Razão principal apontada por diversos especialistas em contas públicas; existiam dívidas ‘escondidas’ das empresas públicas, bem como, o peso do pagamento dos seus juros foi negligenciado. Ambas as parcelas foram ocultadas ou ‘desviadas’ da atenção da Troika e de quem a assessorou.
Várias declarações interrogativas se impõem;
1- Terá o Primeiro-Ministro à altura, acertado intencionalmente um empréstimo abaixo das necessidades? Qual dos ganhos ele esperaria ter? Ganhar as eleições legislativas ou minar propositadamente o trabalho do executivo seguinte? Ou os dois?
2- Qual a razão da comunicação social relevante ter ridicularizado Catroga?
3-Porque razão o actual governo não relembra esta estória aos actuais protestatários, em especial aqueles que se queixam dos cortes severos?
A propósito disto aqui vai mais uma brincadeira que poderá vir a custar 500 milhões ao ‘pagadores de impostos’ e não foi na Madeira. É na margem sul de comunas e socialistas! Hipocrisia é falar 3 semanas nas dívidas da Madeira de forma a branquear factos tão escandalosos como este no continente.
Jornal 'Sol' 04/11/2011
No dia de todos os santos quero deixar não um, mas três flashes;
1º Anseio pelo fim deste feriado, o governo está a ponderar suprimir dois dos religiosos, este é dos mais indicados. Dia de todos os santos? Não faz sentido! De tão genérico e indeterminado vulgariza a própria igreja. É uma aberração num país onde a religião, infelizmente, têm muito mais poder do que deve, merece e pode legitimamente reclamar. Além de que passa as marcas do admissível pelo artigo 13º da Constituição Portuguesa (Princípio da Igualdade). Peço perdão por utilizar a Constituição como argumento, pareço um comunista, não a pretendo instrumentalizar a meu favor apenas frisar que este feriado é um benefício injustificado e desproporcional dos cristãos/católicos.
2º Uma boa nova! Tal como prometido em campanha eleitoral, na proposta de lei do Orçamento está plasmada a intenção do governo legislar, durante 2012, o pagamento de IVA ao Estado contra recibo - para microempresas (menos de 10 empregados) e volume de negócios inferior a 2 milhões de Euros. Grande avanço em nome de um país mais democrático, justo e equitativo. A abrangência continua a ser insuficiente, contudo não deixa de ser uma potencial norma que folgará muito a situação financeira das empresas, rara foi a que conheci como trabalhador que não sofresse com este desfasamento fiscal...nem todas tinham menos de 10 trabalhadores.
3º Tal como deveria ter sido feito periodicamente, em decisões fulcrais tomadas na UE, o governo Grego propõe agora referendo para o seu povo rectificar as novas condições de 'salvação' impostas por terceiros. É uma boa decisão? Sim, em sociedades democráticas é inatacável. É coerente e expectável tendo em conta o histórico do processo de decisão Europeu, no geral, e do Grego em particular? Não! É perigoso pela imprevisibilidade das consequências? Sim. Deveremos abolir a democracia por causa dos mercados? Não! Estarão os Gregos a ser levados a um referendo em que verdadeiramente não há escolha? Sim, também. A alternativa é mais patriótica e honrosa mas requer capacidade de sofrimento mega colossal e respectiva unidade nacional que a Grécia parece não ter (pelo menos pela via democrática).
Então o que se ganha com referendo? Fácil. Os Gregos pela clareza da informação a que forçosamente teriam acesso, saberiam exactamente identificar o seu futuro. Em caso da vitória do sim saberiam sem dúvidas que seriam governados por uma equipa de técnicos estrageiros e os seus orçamentos aprovados em Bruxelas. Isto é, a Grécia, temporariamente, deixaria de existir como país. Estranho estranho é os políticos Gregos ao fim de 20 anos de aldrabices, corrupção, facilitismo e compadrio na função pública lembrarem-se agora de boas práticas políticas em decisões chave...obrigado! Ninguém quer ficar sozinho na história da Grécia como pau mandado dos Alemães!
Também não admira que o nervosismo dos mercados seja enorme, ninguém percebe a coerência de quem há décadas anda de mão estendida a pedir emprestado para viver o seu estilo de vida -escondendo sempre a verdade ao povo- e agora pimba...meio à 'chico esperto'...'vá decidam que também beneficiaram do descalabro'. Honestidade sim, mas sempre, e não só quando convém aos políticos.
Curiosamente, em Portugal, estas questões da moralidade e profundidade na análise política, passam sempre ao lado dos debates sérios e intelectuais em espaços com visibilidade pública. O que quer esconder a comunicação social -quase toda de centro e centro-esquerda? Esta era uma altura ideal para o fazer...