Exemplos do Portugal Estranho
Ao apresentar um prejuízo de 786,2 milhões de euros referente ao ano de 2011, o líder executivo que está de saída do Millenium-BCP presenteou-nos com tiradas giras e menções em latim. Das melhores toda a Imprensa destacou a seguinte;
Confesso que fiquei algo indignado com o à vontade deste senhor e pouca consideração pelo seus depositantes. Fala-se mais de um programa de rádio que ninguém ouve que de boys que mais não fizeram que formalizar, pela insuficiente performance, a nacionalização do maior banco privado português (e digo formalizar porque na prática este banco está nacionalizado desde a entrada de Vara e Santos Ferreira).
Estranho ainda mais a completa ausência de crítica ao tom domingueiro e ligeiro do ainda líder do BCP. No fundo Portugal não está acostumado a avaliar e avaliar-se, e, sobretudo, é um país pouco sério.
Perguntaria ao citado; afinal quem são os profissionais de 6ª ou 7ª linha? Os Tipos da Troika que nos emprestam o ‘graveto’ ou os Banqueiros que compraram dívida grega? Atirar pedras é fácil, acertar no alvo é mais difícil…quando se é banqueiro é preciso algum cuidado com ‘tiradas’ estilo blog…porque há quem tenha memória.
"...Alguns imaginaram repúblicas e principados que nunca foram vistos nem conhecidos por verdadeiros. É tão grande a diferença entre a maneira como se vive e a maneira como se deveria viver, que quem trocar o que se faz pelo que se deveria fazer aprende mais a perder-se do que a salvar-se, pois quem viver exclusivamente como homem de bem não pode evitar perder-se entre tantos outros que não são bons..." (Capítulo XI, 'O Príncipe', Maquiavel).
Isto para dizer que viver à custa dos Alemães sem serem eles a verdadeiramente mandar em Portugal é acreditar somente na bondade humana.
Isto para dizer que a ânsia da integração civilizacional e do materialismo fácil, a União Europeia paraíso na terra certamente, fez-nos perder em défices e dívidas nacionais monstruosas. Caminhámos cegamente, durante 30 anos, para a ruína, acreditando despudoradamente que ao nosso lado era só 'gente boa', pese embora tenhamos vendido a nossa alma por dois vinténs ainda por cima a crédito, logo, comportando-nos como gente má esperando dos outros conduta inversa. Triplo erro portanto, acreditar no Pai Natal, vender internamente a veracidade da sua existência e fazer negócio com alguém 'disfarçado' vestido de encarnado.
Um dos incitadores ao triplo erro. Co-responsável por uma factura de 5 mil milhões
Hoje reclamam o que não há porque sempre gastaram o que não havia, não aceitam a mudança porque salvando o país morre o seu poder. Esta frase poderia caracterizar na perfeição pelo menos 90% do poder autárquico nacional. Se virem as seguintes peças do Portugal de hoje percebem a encruzilhada desgraçada da nossa gente. Autarcas imobilistas nos actos, estáticos na elasticidade mental. Dinamismo? Bem isso só no gasto e na proclamação de chavões mediáticos do estilo 'coesão e defesa do território', 'descentralização administrativa' ou 'cuidado com os idosos isolados no meio do nada'...como se não morressem no meio de Lisboa vetados ao abandono completo. Deixo as peças para vosso julgamento.
Algures no Alentejo