Chamam-lhe senadores, elites, opinião pública/publicada, empresários de sucesso, personalidades distintas...whatever! O facto é que são fraquinhos, muito dados a surfar 'ondas do momento' sempre na persecução dos seus interesses egoístas. Mesmo por isso não raras vezes são apanhados na prostituição intelectual. Desta vez foi um distinto membro do Partido Socialista dos ricos e aleluias, i.e., CDS/PP.
Nos últimos meses a posição pública deste senhor foi descaradamente indigna. Como tal, cada vez menos gente se deixa enganar. Afinal é só ter memória, felizmente, dado acontecimentos recentes, cada vez mais portugueses refinam essa faculdade. Mesmo por isso destaco a nota negativa do jornal 'Sol' desta semana. Normalmente não gosto dos altos/baixos ou mais/menos dos jornais, mas esta, sendo sobre conduta continuada -não sobre acto isolado- é justa, educadora e sensibilizadora no que respeita à mediocridade/falta de seriedade das nossas 'elites'. Não têm ideias nem valores...apenas agenda e egoísmo. Como este senhor há muitos...mesmo por isso Portugal não avança.
Ver o documento é uma experiência;
Desanimadora- O saque fiscal em 2012 não se aproxima da eficácia calculada pelo governo, nem sequer da receita do ano anterior. O corte nas ‘gorduras’ do Estado está a ser feito a ritmo insuficiente (pese embora melhorias que em contexto normal certamente seriam consideradas assinaláveis);
Dantesca- A despesa não para de subir. Sejam aquelas expectáveis de contrair no exercício do ano ou as provenientes de dívidas antigas que urge colmatar “…A despesa com bens e serviços e outras despesas correntes aumentou 15,5 % (4,2 % até julho) devido ao pagamento de dívidas do SNS. Corrigido este fator ter-se-ia uma redução destas despesas de cerca de 4,8% (-4,1% em julho)…”.
Dilacerante- O juro pago pela nação ‘cresce’ 676.3 milhões de euros em relação a 2011. O estado socialista dos direitos injustamente adquiridos para toda a vida, escraviza cada vez mais quem trabalha numa lógica estúpida de solidariedade geracional e interprofissional que premeia função pública e seus reformados (sim porque justiça insuficiente é sempre ganho para a cigarra) em detrimento de cidadãos livres do sector privado, no activo ou na reforma.
Desigual- O ajustamento violento no mundo ‘privado’ acontece a ritmo avassalador, ao contrário do observável no ‘serviço público’.
Desesperante- A não ser que quem nos ‘dá a esmola’ perdoe dívida ou aceite uma revisão profundíssima e abonatória da nossa condição de ‘pedinte’, 2013 vai ser igual ou pior, os números não enganam.
Declarativa- O governo faça o que fizer haverá muito ‘sangue’. Eu só estou disposto a mais austeridade temporária se verificada redução estrutural bastante significativa na despesa pública, com ou sem deriva ideológica.
Mais, se tal não se verificar, por incompetência, incapacidade ou imobilidade, estarei receptivo ao ambiente ‘guerra civil’ que muitos por aí defendem. Claro está que facção irei integrar.
A história já não foge como tu fugiste do vírus da mediocridade portuguesa. Obrigado Ticha! Hoje é só o começo de uma nova etapa...
Não, não vou! Se a manifestação fosse exclusivamente contra o formato da medida TSU...diria presente!
Resta agora saber quem dará o passo na direcção do penhasco. Se o Governo por insistir numa medida pouco razoável, favorecendo patronato prejudicando trabalhadores. Se o país, insistindo em não querer fazer contas, depositando culpas de 38 anos falhados de Democracia em 11 ministros e seus Secretários de Estado (com 14 meses de poder). Ou finalmente, em caso de tempestade perfeita...os dois.
Eu mereço mais urbanidade e maturidade dos meus compatriotas. Ao executivo governativo exijo revisão/substituição da medida e aos restantes a dignidade de assumirem as borradas de seus avós, pais e Estado Social/Político que sempre aceitaram sem contemplações ou ponderação.
A confirmar-se isto, vou ler as palavras do senhor atentamente, o Governo deve imediatamente retirar da proposta orçamental o aumento da TSU para trabalhadores (a favor do patronato). Só seria minimamente tolerada se vista como cumprimento inevitável do MeMo. Já disse e vou repetir, num país com a nossa média salarial -sector privado- ela não é admissível.
Aconselho o Governo a recuar. Apresentem outra medida. Estava à espera de mais austeridade mas não quero ajudar indiscriminadamente empresários que ainda por cima pagam mal. O mercado, ainda que altamente condicionado, premiará melhor as organizações competentes.
Mudem neste ponto enquanto é tempo! A não ser que queiram ir para eleições ou coligações mais alargadas de poder. Se é essa a vossa intenção também discordo.
1ªNota: A necessidade de medidas adicionais -para além do vetado constitucionalmente- não surpreende. Só quem não sabe fazer contas e ignora o que se passou no país nos últimos 10 anos pode ser apanhado desprevenido.
2ªNota: Há um lado positivo desta trapalhada toda. Temos que discutir o nosso modelo de sociedade. A discussão foi e é evitada mas é inevitável a curto prazo.
3ªNota: O governo -para quem vê de fora- mostra falta de coragem para abater, de forma estrutural, mais despesa pública desnecessária. Denota hesitação a cada arrufo publicitado, isso delapida credibilidade e sustentabilidade perante eleitorado que nele votou.
4ªNota: Num país onde o ordenado mínimo nacional é 485€ não se percebe a medida que 'oferece' 5,5% da taxa social única ao patronato. É inaceitável!
Já que o meu Benfica perdeu valor desportivo -irreparável até 31 de Dezembro- correspondente a ganhos financeiros de pelo menos 60 milhões, que tal baixar o preço dos bilhetes? Assim, a lógica dual que beneficiou as finanças do clube também seria extensiva às dos adeptos - aquando da sua ida ao estádio. Era justo, equitativo e honraria a máxima do clube. A qualidade, até 31 de Dezembro, decresce, forçosamente o preço do espectáculo também tem que baixar, nem que para isso se ofereça um jogo da Champions aos RedPass.
1ªNota: Prometi a mim mesmo que neste caso não alinharia na 'onda', mesmo com consultores a falar. Espero por proposta/decisão final veiculada pela boca dos responsáveis governamentais.
2ªNota: Sou pelo fim do serviço público de televisão mantendo a Rádio (Antena 1 e Antena 2 são essenciais). Admito cenários menos 'liberais' contudo sempre baseados na redução significativa dos encargos para o tax payer pelas duas vias, OE e Taxa.
3ªNota: Um governo com preocupações de liberdade e libertação da sociedade civil, deverá reflectir as transformações prometidas nesta matéria não só no Orçamento de Estado mas também na Taxa Audiovisual. Nem que para isso tenha que permitir à RTP (ou sua sucessora) os tais 12 minutos de publicidade. A existência de Taxa Audiovisual no valor de 2,25+IVA/mês, em pleno Século XXI, é um escândalo, Pedro Passos Coelho e Miguel Relvas não deveriam aceitar a sua permanência por este valor muito mais tempo. No mínimo reduzir para metade.
4ªNota: Quanto a reacções às declarações do Dr. António Borges, o Dr. Marques Mendes escreve tudo o que eu penso.
Como em Portugal poucos têm pingo de senso a Troika relembrou em encontros formais mais ou menos isto; O programa de ajustamento é para cumprir por vocês e o dinheiro que recebem em troca 'é nosso', por muito que andem dias, meses, trimestres e até anos minando a cabeça do tugazinho com ideia inversa.