A Frase: Algo que vai mal neste mundo que vivemos... (Título da coluna periódica de Esther Muczink no Público, dia 22 Outubro de 2009).
O incómodo de vozes únicas e determinadas o jornal Público felizmente transmite. Esta senhora, em três colunas a não perder, descreve com uma clareza lapidar mais um dos comportamentos anti-semitas deste mundo, neste caso na ONU. Por elas fiquei a saber que o seu Conselho de Direitos Humanos é liderado por países como Líbia e Paquistão, e, na sua avaliação da Guerra de Gaza -Dezembro 2008 a Janeiro 2009-, como era de esperar, condenou intensamente Israel e tratou como adolescentes inconscientes os terroristas do Hamas.
Hoje, ao ouvir notícias na rádio e relacionando-as com leitura anterior da brilhante coluna, dois "flashes" cognitivos se apoderam do meu espaço cerebral;
1ª Não admira que a América Republicana se burrife na ONU quando se trata de resolver conflitos civilizacionais extremamente complicados -mesmo apesar de para ela ser dos principais contribuintes-. Por isso, estou muito longe de condenar o unilateralismo norte-americano em alguns temas chave, especialmente neste, em que tinha/tem que "trocar ideias" com Paquistaneses ou Líbios. Em termos de direitos humanos, com esta gente não se reune em orgãos abertos, fazem-se negociações cara-a-cara partindo de posições fortes sabendo no que se cede e não se abdica.
2º Entretanto, mais 91 pessoas morreram num atentado no Paquistão porque o país em si não sabe lidar com terroristas que matam em nome de deus. Contudo, é o mesmo Paquistão que, na ONU, lidera um Conselho de Direitos Humanos que condena Israel por tentar defender-se com firmeza daqueles que nenhum valor atribuem à condição humana.
Quanto ao mais, incluíndo o gritante e indigno "quase silêncio" sobre estas matérias na comunicação social nacional, a leitura da peça de Esther Mucznik é elucidativa. Procurem-na e aprendam.
O Número: Sindicatos da Função Pública estudam aumentos entre 3% e 4,5% (Notícia do jornal i de Quarta-Feira, 21 Outubro).
Algo está mal no país... Então para 2010 prevê-se uma inflação de 1% e os sindicatos querem em cima disso mais 2 a 3,5%?
Então em 2009, por oferenda eleitoral Socialista, a Função Pública ganha 3,4-3,5% de poder de compra, suprimindo assim as perdas de 2006, 2007 e 2008, e para 2010 querem fazer de conta que estamos em período de expansão acelarada?
Então a Função Pública não se lembra das brutais actualizações salariais que tiveram nos anos 90 -também por via das injustas políticas de promoção nas carreiras-, levando o salário médio deste tipo de empregados a disparar em relação ao privado? Ou será que só se recordam dos mais que justos "congelamentos" que começaram em 2003?
Será que os Funcionários Públicos verdadeiramente se preocupam com aqueles que dão razão de existir ao seu posto de trabalho? Com este tipo de propostas...é fácil de responder.
A imagem gestual: Jorge Jesus tem espírito Judeu. É insultado uma não liga, duas não acha graça, à terceira começa a pensar na vingança cruel e fria.
Depois de muito trabalhar ao longo dos últimos anos, o Sport Lisboa e Benfica, em troco de mais trabalho e competência, deu-lhe a oportunidade de começar as suas vinganças redentoras.
Assim, depois de Azenha que levou 8 -o tal do Setúbal a atacar à Cruyff e defender à Sacchi-, foi agora a vez de Manuel Machado -criador do linguagem Machadês- ser brindado com a vingança perfeita, i.e., humilhação com direito a prime-time e letras gordas nos jornais.
O gesto não é nobre, mas erro é julgar que só com actos nobres se lida com pessoas que não o são. Jorge Jesus precipitou-se. Se pontual e não repetido facilmente é perdoado (já foi) e esquecido. Até porque já toda a gente percebeu que ele é melhor treinador que o outro...agora é seguir em frente a bem dele e do Glorioso.