Se chegou a haver "touch" é porque houve uma companhia aérea que me levou a New York em segurança, simpatia e comodidade proporcional ao valor pago. Essa companhia foi a TAP.
Para mim, voar é TAP e só depois o resto. Não por causa do patriotismo, embora também ajude, é pela qualidade de serviço, sentimento ilusório que um avião TAP nunca caí (algum dia será!) e forma profissional como somos tratados lá em cima.
Por isso, ir e vir -segunda vez em 2 anos pela empresa nacional-, faz-me acreditar que Portugal lá fora é vinho, cortiça, fado, futebol e talvez possa adicionar-se o voar em segurança. É justo vincar que num país de rastos há algumas entidades empresariais na esfera do estado com capital de credibilidade absoluto no seu "core" de actividade. Méritos neste caso? Devem ser creditados ao pessoal de manutenção de aviões, pilotos, funcionários de cabine, mas também a Fernando Pinto sua equipa e a quem, em 2000, fui buscá-lo para administrador. Estão a ouvir bem!...é verdade...estou a elogiar alguém -não sei quem- do governo de Guterres (acho que é Jorge Coelho depois de ter feito a borrada da Swiss Air)!
Contudo, breves considerações pretendo fazer na qualidade de mero consumidor patriótico preocupado com o futuro desta nossa empresa de bandeira;
1- Fernando Pinto assumiu como meta para 2009 um lucro de 8,1 milhões de euros. Segundo o jornal "O Sol" esse número já era!
2- Não admira! Só a greve dos pilotos em Setembro custou 10 milhões. Percebo a posição desta classe mas não posso concordar com a sua conduta. Foi uma greve egoísta! Poderiam ter-se sacrificado um pouco mais, e então, em 2010, com recuperação económica acima do zero, pedir os seus aumentos com maior moral perante a sociedade.
3- A TAP, em 2009, prepara-se para o segundo melhor ano de sempre no transporte de passageiros. Melhor só 2008, ano em que o preço do crude, nos primeiros 10 meses, tudo abafou -tendo a companhia um prejuízo de 285 milhões de euros-.
4- Assim, mergulhada no vermelho carregado, a empresa entrou em 2009. Segundo o jornal "O Sol", ano para perdas na ordem dos 100 milhões de euros, muito por causa do seu "handling" e da ex-empresa de manutenção da Varig. Isto é, petróleo mais barato, um bom número de passageiros e a redução das ligações aéreas em 10% não chegaram para o "break even do exercício".
5- Vendo os bons desempenhos da administração serem insuficientes, não será mais que tempo da TAP adquirir/juntar/fundir-se com outras companhias internacionais? Se as pessoas que mandam estiverem atentas ao gráfico abaixo, perceberão que uma alta severa do crude não pode ser descartada. A confirmar-se pode ser fatal para o falta de músculo da empresa (nem a desvolarozição do Dolar o travará). Como português só peço que nessas negociações, em que há sempre cedências de parte a parte, os interesses do povo lusitano sejam bem defendidos. Como tal, corroboro a posição pública de Marcelo Rebelo de Sousa ao defender um caminho mais rápido na procura de um negócio deste tipo.