Um cidadão normal da zona da Amadora, a certa altura, após 3 dias em que o seu aparelho urinário o desconfortou com quase uma "mijadela" por hora, decidiu recorrer aos serviços públicos de saúde.
Primeira pensamento; Ir ao centro de saúde da zona de residência marcar consulta com a médica de família. E lá foi o cidadão pouco feliz e descontente executar o pensado!
Nos serviços administrativos do centro comunicaram e marcaram-lhe a pretendida consulta para a data disponível... 30 dias depois. A senhora do balcão mais informou, se desejasse uma urgência mais cedo teria que vir no dia seguinte, i.e., pelas 7 horas, de forma a tentar "apanhar", sem garantia, o número limitado de vagas para consultas de urgência nessa manhã -dependeria de quem chegasse primeiro e tivesse a mesma médica de família-.
O cidadão aceitou consulta para o trigésimo dia sequente rejeitando a solução para a urgência no dia seguinte, por isso, ignorou-a. Achou o critério dos primeiros na "bicha" inaceitável para um sistema que se diz universal.
Segundo pensamento: Ora como o incómodo não poderia esperar 30 dias, o cidadão decidiu então ir às urgências do hospital de residência. Lá foi ele! Entre chegar, ser atendido e ir embora com a taxa moderadora paga, passaram 5 horas!
Quanto à substância técnica do serviço, o médico da triagem pelo método de pergunta e resposta, diagnosticou-lhe uma possível infecção sem grande gravidade (ficou com pulseira verde). Na consulta propriamente dita, depois de análises à urina, os médicos concluiram que não havia infecção urinária nem coisa nenhuma, e, se o cidadão continuasse com os mesmos sintomas "ordenaram-no" a lá regressar 72 horas depois. Peculiar foi ter sido atendido por dois médicos diferentes na mesma consulta (após triagem), um inicou e outro acabou-a (o primeiro ainda disse que poderia ser inicio de diabetes).
No final, afinal não tinha nada, mas ficou a saber que potencialmente poderia vir a ter daí a 3 dias se os sintomas prevalecessem. Estranho! Porquê não fazer mais testes complementares desde logo? Valeu a simpatia dos médicos e a convicção do segundo na interpretação dos resultados da análise urinária. Digamos que o cidadão não ficou 100% descansado e esclarecido.
Conclusões primeiras: Perante esta estória real, parece claro que faltam mais hospitais na zona da Amadora/Sintra havendo poucos médicos a trabalhar nos existentes, pelo menos nas urgências. É óbvio que os centros de saúde pouca resposta dão para que tem necessidades imediatas. Assim, torna-se imperioso que os hospitais, nas urgências, possam dispender mais tempo e meios com os utentes, mesmo que eles aparentemente não estejam em estado considerado grave. Até porque, se não for assim, perde-se o princípio da prevenção e diagnóstico precoce de doenças letais a médio prazo. Penso também que nas urgências dos hospitais, o problema não está tanto na qualidade dos médicos mas mais no número de doentes que são obrigados a "despachar".
Conclusões finais: O Serviço Nacional de Saúde continua a funcionar mal, os anos passam os problemas são os mesmos. O cidadão em questão, num futuro próximo, vai fazer um seguro de saúde para poder aceder a saúde com mais celeridade e meios. O que interessa para o actual e anterior governo, infelizmente, é comboios rápidos vazios e estradas grandes para ninguém usar, no que interessa verdadeiramente para a sociedade...nada de novo para celebrar!