Porque os nossos hábitos de consumo contam mais que as lérias macroeconómicas dos nossos políticos, hoje trago um exemplo de como consumir “Made in Portugal” vale bem mais que o que se julga.
O exemplo é o da Danone. A multi-nacional vai aumentar e inovar na sua capacidade produtiva instalada, de iogurtes líquidos, em Castelo Branco. Qual a razão? Gostamos (compramos) muito deste produto fazendo “benchmarking” para o segmento em questão.
Posto isto, dois "statements" me ocorrem, uma de carácter social e outro político;
1- Mesmo que agindo em desconhecimento, a compra em massa por Portugueses de um iogurte feito em Portugal, levou o seu produtor (Franceses de origem), no momento de voltar a investir, fazê-lo novamente cá. Por isso, é tão importante tentar, no medida do razoável, consumir nacional - quando a qualidade é inegável e o preço acessível -. Detesto a atitude muito nossa de, por 5 ou 10 Cêntimos, comprar-se sempre Espanhol. Agir assim é ter vistas curtas, não fazendo a correcta integração do custo social – o custo social é pago por todos -.
2- Por outro lado, esta decisão da Danone mostra como a economia real se sobrepõe em larga escala às medidas intervencionistas de “cadeirão” de São Bento. São sempre as componentes exclusivamente empresariais que mais valem. Só depois vêm as outras, em que o estado central tem o seu papel dominante, devendo ter sobre elas visão abrangente, correcta e eficaz - matérias fiscais, sociais, judiciais e de regulação -. O estado tem importância secundária para o sucesso económico, mas é essencial para que haja economia. É na percepção incorrecta deste equilíbrio, que Portugal sistematicamente tropeça no Capitalismo de Estado que é senão a via mais recente da política de esquerda no Século XXI. Os Portugueses na sua maioria são ignorantes e/ou medricas…Logo, são sociologicamente esquerdistas e dados a regimes pouco democráticos, quase ou totalmente ditatoriais.
(excerto de notícia do Jornal "Sol" algures em Janeiro de 2010)