Pedros Passos Coelho (PPC) recebeu o Jornal i para mostrar a forma como se está a preparar para a governação do país. Pelos vistos a preparação está também a passar pela modernização do partido. Pacífico! Agora a questão é saber se PPC está a seguir este caminho com as ideias originais apresentadas -no passado- ao eleitorado natural do PPD/PSD, ou, se se prepara pela opção "bloco central" das ideias vazias e asfixiantes da democracia em território nacional!
Duas semanas após a "união na amargura" com o PS, salvando o país da bancarrota, é possível dizer que PPC negociou um mau acordo. Sem pingo de propostas ao encontro dos anseios dos votantes do partido, i.e., suspender construções do TGV, NAL e auto-estradas, eliminar o estado central e local desnecessário, e reduzir retribuições em todo o serviço público. Ou seja, autorizou o aumento de impostos quando essa deveria ser a última opção depois de as anteriormente enumeradas não serem suficientes! Enfim, uma traição ao seu eleitorado que um pedido de desculpas não apaga (atenua).
Digamos que PPC ficou bem na foto de Estadista. O problema é que foi a foto do estadista sem ideias firmes, sem convicção e com medo de se impor pela negociação séria de contrapartidas "de direita" por justo contraste ao descalabro Socialista. PPC, provavelmente com "sede de cadeira", está a preparar uma alternância de pessoas e não de ideias, mais, não mostra perceber que um grande político não é aquele que chega a primeiro-ministro, mas sim o que pela coerência e seriedade não tem medo de tentar mudar a sociedade com os votos que o povo dá às suas ideias. O actual momento era/é de ouro para a afirmação de novas políticas e de gente corajosa. Os mercados financeiros, mais que o dinheiro, apreciam o risco de quem quer liderar e afirmar a alternativa arrojada, futurista e mais credível.
Será a actual preparação de PPC e do PPD/PSD a verdadeiramente necessária para o país numa lógica integrada e com perspectiva de futuro? Ou é simplesmente uma arquitectura para alcançar o poder agradando à partida a Gregos, Troianos e aos in between? A esperança está em acreditar que ao chegar à governação PPC recuperará a agenda inicial, actualmente escondida porque o mesmo acredita que com ela não ganha as eleições num país de esquerda "só porque sim" e/ou por "mediocridade".