(…) Antes ainda da leitura da sentença, foi comunicada a decisão sobre o requerimento à nulidade das escutas, interposto pela advogada Lígia Borbinha. O colectivo de juízes indeferiu o pedido, justificando que as informações obtidas através das escutas foram de extrema importância para as conclusões do processo (…) Também os advogados dos restantes acusados manifestaram o seu sentimentos de indignação. O advogado de António Claro - a quem foi aplicada a pena mais pesada, 12 anos de prisão efectiva - considerou que as punições "foram duríssimas", garantindo que vai recorrer da decisão. Também ele criticou o facto de os juízes terem sobrevalorizado as escutas telefónicas. "Há zero provas e só as escutas, mais uma vez, é que conseguem provar alguma coisa. E depois dão-se penas pesadíssimas", afirmou. (Correio da Manhã, Edição de 29 de Maio de 2010).
Pois é, para o cidadão vulgar, quando em problemas com a justiça, as escutas valem como meio de prova para condenação à luz do exarado em acusação. Esperarei agora pelas vozes indignadas de Bastonários, Procuradores Gerais e comentadores profissionais ao serviço do “sistema” (Ex: Miguel Sousa Tavares). É que quando as escutas serviriam para “enjaular” políticos de esquerda eram tidas como indigno meio de prova. E agora são indignas ou não? Nota: Nada tenho contra o uso de escutas como meio de prova.
No julgamento dos “No Name Boys” mais uma vez se confirma um tique muito nacional, de quando a quando, há sentenças irrepreensíveis e muito duras para uns de modo a que todos os outros que cá foram ficam, a perpetuar as mesmas acções noutras bandas do país, se safem e continuem na sua impunidade branqueada. Esta justiça, agora realizada por um colectivo de juízes presidido por um sócio do F.C.Esterco, num país decente, seria tida como irrepreensível e sem discussão. Aqui, por ser consequência da aplicação selectiva da lei, mais uma vez, só vem potenciar o ódio benfiquista por sócios, dirigentes, adeptos e simpatizantes que defendem o actual modo civilizacional do F.C. Esterco.
Como dizem alguns adeptos “mais nervosos” do meu clube, sou Benfiquista sem medo! Eu acrescento, quase me apetece inscrever nos No Name Boys. Em tempo de guerra vale tudo e são precisos mais soldados para substituir os 13 agora presos por um sócio do F.C.Esterco. De grande utilidade jornalística seria entrevistar o juiz em questão e confrontá-lo com algumas perguntas sobre corrupção, violência e práticas ilegais que envolvem adeptos, claques e dirigentes do seu clube de estimação. E já agora finalizá-la com a pergunta de 1 milhão de dólares; Que razões justificam estarem todos cá fora quando há provas e escutas bastantes para “irem dentro”?