1ª Nota: No final de Setembro (dia 24) Passos Coelho (PC) garante que só com testemunhas voltaria a reunir-se com José Sócrates: "Foi com muita estupefacção que ouvi a reacção do primeiro-ministro e nunca pensei ter de dizer o que vou dizer: que não haverá nenhuma outra ocasião no futuro em que o líder do PSD volte a conversar em privado com o primeiro-ministro sem que existam outras pessoas que possam testemunhar a conversa". Digamos que chamar aldrabão desta forma ao Primeiro-ministro José Sócrates é categórico, revela uma tremenda classe e sobretudo sangue-frio que por ainda não ter muito admiro. Tenho pena que PC tenha descoberto o verdadeiro carácter de Sócrates tão tarde.
2ªNota: Sem parceiro para o tango da mentira, no princípio de Outubro, percebendo o governo que sorte nenhuma teria em nova partilha de responsabilidades nas medidas correctivas de combate à sua desgraçada governação económico-financeira, lança para a discussão, sozinho, as linhas orientadoras de um Orçamento de Estado para 2011 (OE 2011). Eis que em 10 dias muito por culpa da acção do PPD/PSD o país finalmente tem todos os passos “alinhavados” para começar a treinar para o “break dance” da verdade nua e crua.
3ªNota: Claro que o “centrão” ditatorial nacional liderado pelo inútil que debita disparates em eucaristias dominicais, antes na RTP agora na TVI, vêm clamar pelo acordo PS-PSD no OE2011. Pasme-se, em Agosto, achava que as condições impostas por PC para tal acontecer eram poucas e não ambiciosas. Agora, que apenas umas delas parece ser atendida (diminuição da despesa pública) já mudou o discurso e apela ao bom senso “castrador” da democracia nacional. Já agora que dizer daquela anedótica entrevista de Diogo Freitas do Amaral afirmando que PS e PSD andam a brincar com o fogo! Desculpe senhor anedótico!? Repita lá outra vez? PSD!? Que responsabilidades tem nos últimos anos de governação? Zero. Bem me parecia. Por acaso não foi o senhor que acompanhou o gatuno que nos lidera à 6 anos? Pois, parece que sim.
4ªNota: Como sou daqueles que acha que a actual situação económica só vai melhorar depois de piorar um pouco mais –estilo ditado americano-, eu no lugar de PC votaria contra o OE2011 se as suas condições de Agosto não fossem cumpridas. Além do mais, algo diferente disso, é o seu fim como político credível. O eleitorado base que o suporta não aguenta um segundo pedido de desculpas. Será visto como o político dos lamentos com medo de papões -como todos os outros-. Tenham os papões nomes giros como FMI, Mercados Financeiros, BCE ou outra coisa qualquer. Os portugueses merecem verdade e coerência, só depois, se possível, tentar viver melhor sem penalizar os funcionários não públicos que sustentam este país há 34 anos.
5ªNota: E veja-se o esterco de gente que somos que há duas semanas o projecto de revisão constitucional de PC era um erro unânime. Agora, depois da madrugada dos números das trevas, tudo se calou no Portugal jornalístico/político defensor do estado social.