1ªNota: Choca-me ver 3/4 do país dizer que o governo falhou porque não aplicou a receita certa. Mas vamos cá ver, qual seria a receita eficaz contra um aumento homólogo de 1029 milhões na despesa com serviço de dívida? Atenção somos Portugal, um país pequeno, anémico que vive de mão estendida. Não havia alternativa ao caminho até porque ele estava 90% pré-traçado por terceiros. Alguém aplicou a receita certa nos últimos 20 anos?
2ªNota: Provoca-me insatisfação ver alguns proeminentes ainda gozarem com os tão famosos 'cortes nas gorduras no Estado'. Eles aconteceram em número significativo. Da análise entre universos comparáveis constata-se, de um ano para o outro, uma poupança de 369 milhões. Multipliquem por 6 anos e dá a módica quantia de 2214 milhões. O tempo não volta para trás, mas visto em perspectiva dá para perceber outra das vertentes não desprezíveis que levam ao sofrimento de hoje.
3ªNota: Nos primeiros 5 meses do ano as receitas ficam 6,3% aquém das despesas. Cabe ao Governo estudar as evoluções macroeconómicas recentes incluindo a diminuição brusca da procura interna (mais desemprego, menos IVA), aumento consistente das exportações (mais IRC a prazo, maior poder de compra em alguns sectores da sociedade), e, decorrente disso, se necessário agir/comunicar de imediato à nação a implementação de todas as medidas racionais ainda possíveis do lado da despesa. Sim, espero que todos tenham percebido que o limite da carga fiscal (taxas e taxinhas) foi ultrapassado.
4ªNota: A 'conversa´ da renegociação da assistência financeira à qual estamos sujeitos deve ficar para mais tarde, deve ser feita com cuidado após sairem as condições aplicadas ao resgate da banca Espanhola. Sendo que alinho por aqueles que recusam pedir mais tempo ou dinheiro à Troika, só mesmo quando não houver mais nada para fazer.