No primeiro embate com o documento e respectiva apresentação por Manuela Ferreira Leite (MFL), a sensação foi a esperada! Nada de muito complexo e utópico, com generalidades importantes e algumas medidas concretas acertadas. Para já saliento a primeira resanha de dados novos que me agradam e desagradam;
1. MFL afirmou que o PPD/PSD terá especial atenção com a Agricultura. A prática do governo Português não comparticipar as ajudas do sector de forma a reduzir o défice, e, consequentemente, desperdiçar os dinheiros da UE que só vinham com essa condição, vai deixar de ser uma realidade. A confirmar-se é óptima notícia!
2. Acabar com o PEC (pagamento especial por conta). Com a brutal evolução na velocidade da informação não se justifica a existência desta captação preventiva. É justo que quem o criou o extinga, desde que tenha como preocupação -tenho a certeza que a terá pois é sua marca- a melhoria da eficácia do fisco.
3. Propor a reposição da cultura de exigência no ensino obrigatório passa muito bem! Isto é, acabar com a prática lesiva de transitar alunos com notas que traduzem uma realidade de 5, 6, 7, 8 e 9 negativas, é consensualmente um favor que se faz a Portugal. E quem pensa que esta situação é esporádica engana-se! Ainda esta semana à conversa com familiares do norte tive a oportunidade de mais uma vez chocar-me com a nossa educação.
4. Uma revisão constitucional para reduzir o número de deputados para 180 é excelente!
1. Anunciar luta sem cartel à corrupção e depois ter Helena Lopes da Costa e António Preto em lugares elegíveis para a assembleia da república é contraditório. Em termos de mensagem é um erro crasso, até porque as decisões judiciais dos processos que sobre eles recaem não se conhecerão até às eleições de Setembro próximo.
2. A suspensão imediata do actual modelo de avaliação de professores é outra menssagem péssima. MFL deveria apenas ter anunciado a apresentação de novo modelo que revogaria o vigente num prazo máximo de 6 meses. A vitória de Sócrates, e neste caso do país, de obrigar os professores a serem avaliados a sério, não deve ser minimamente posta em causa, logo, entre um fraco modelo e não ter nenhum, prefiro ter o fraco até apresentar-se substituto.
3. MFL não apresentou medidas concretas em relação à regulação de mercados, nem nos casos mais escandalosos -mercado dos combustíveis e distribuição alimentar- avançou com algo de mais substantivo. Andam no ar algumas dúvidas em relação a práticas de "dumping" e oligopólio que o PPD/PSD não pode deixar passar em claro, especialmente em áreas tão sensíveis da nossa sociedade.