João Proença – Na final da sua carreira sindical quis ficar na história. Teve duas vitórias importantes. Não se vai formalizar a hipótese de redução da retribuição do trabalhador até 20% por acordo com a entidade empregadora, e, a meia hora a mais por dia caiu. João Proença surpreendeu-me, e de que maneira, pela positiva.
O lado negativo – De uma penada, o patronato arrecadou de borla no mínimo 4 e no máximo 7 dias de trabalho anuais. Mais, ganhou capacidade de modulação pelo uso do ‘Banco de horas individual’. Até aqui tudo bem. Agora não percebo porque razão se propõe a baixa de retribuição das horas extraordinárias. Não faz sentido, é ir longe demais no embaratecimento da mão-de-obra. Se para evitar horas extraordinárias são oferecidos mais dias de trabalho e o ‘Banco de Horas Individual’, porque se diminuí o seu valor? Na minha óptica é premiar a má gestão e concorrer para má retribuição/motivação do esforço individual de cada um.
O lado positivo – Tirando a questão das indemnizações por despedimento em que se admite que a evolução não é significativa - no caso dos trabalhadores com muitos anos de ‘casa’. Os medíocres empresários nacionais ficam sem álibis. Agora já todos devem adorar o Álvaro.
O lado curto – Lamentável, e digo-o sem qualquer pejo, a total ausência de menções em relação ao aumento do salário mínimo nacional. Desde que se acabem com indexações injustificadas de outras retribuições a esta, não há razão para não caminhar para uma dignidade mínima exigível num país ocidental. 600 Euro não era pouco.
O lado ignorante – Anda meio mundo com medo da subjectividade no despedimento porque agora é proposto por falta de rendimento/qualidade. Pois bem, não tenham. A coisa é tão simples ou tão complexa que uma ‘ferramenta destas’ só irá ser utilizada por empresários que caminhem para a implementação de sistemas de gestão de qualidade. Caso contrário, por falta de conforto dos mesmos, não se vai sair do cardápio habitual de razões que levam ao despedimento, logo, nestes casos, uma falsa questão.
O governo – Talvez o primeiro conjunto de decisões em que se percebe uma tentativa estruturada de facilitar a vida aos agentes económicos visando a sua competitividade. Do ponto de vista laboral o sector privado está tratado, agora é pegar o ‘boi pelos cornos’, leia-se funcionalismo público…não quero cortes de ordenados aos bons, quero sim despedimentos dos desnecessários e incompetentes. Quero eficácia e eficiência máxima nas tarefas que não podem ou não devem ser entregues à sociedade civil. Uma exigência; Agora que estamos ‘bem apertados’ para quando uma ACT a fiscalizar a sério. Isto é, vá além da questão do piso anti-derrapante ou do corrimão para descer escadas…
O serviço de pastelaria do Auchan Alfragide é certificado. Muito bem. Então a seguinte pergunta é obrigatória; Mas que ingredientes são estes (ver etiqueta abaixo)? Terão os consumidores de tirar um curso de pastelaria para os perceber. Temo que esta listagem não concorre para a qualidade da certificação. Outras perguntas interessantes; O óleo de soja garrafão vem com partículas de plástico? Lady fruit classic café, o que é isto? Uma senhora que processa café no Intendente?
Sinceramente, se querem vender bolos embalados à fatia com qualidade certificada não ponham lista de ingredientes, ou então, façam-no com preocupações legais sobre rotulagem de géneros alimentícios. Uma rotulagem serve para clarificar e não para mostrar a incapacidade dos profissionais do Auchan em perceberem o espírito e letra da lei. A esta multinacional exige-se mais, muito mais que a uma PME de confeitaria que tão ‘apertadas’ são pelas grandes superfícies. Esta é uma exigência de um consumidor que muito dinheiro gasta nesta superfície comercial.
Maio de 2011
Normalmente sou pouco vaidoso, mas ser o primeiro consultor/orientador em Portugal a fazer parte de uma equipa que implementou e certificou um sistema de gestão de qualidade pelo referencial Internacional Food Standart Logistics é motivo de orgulho, especialmente porque;
a) O Certificado foi dado por uma entidade do primeiro mundo na Holanda;
b) O Auditor que conduziu a Auditoria de Certificação é natural do Norte de Itália, uma região de Top no que concerne à Indústria Alimentar, logo, com ele transportou uma forma de auditar clara, objectiva de altíssima exigência e qualidade;
c) A empresa certificada (Gelcentro- Entreposto Alimentar), em 2009 era uma PME com recursos humanos qualificados inexistentes. Em 2 anos investiu a sério em infra-estruturas e apostou numa equipa curta com tudo a provar e vontade de trabalhar. No fundo, com recursos muito limitados provou (provamos) que é possível desde que se acredite nas pessoas certas e no seu trabalho. Não há bichos papões. Aprendeu-se trabalhando muito, trabalhou-se para aprender ainda mais. Continua a haver muito para evoluir, cá estarei (estaremos) para novas etapas.
Pela parte que me toca, e por ser muito importante para mim, dedico este certificado à minha companheira, mulher e namorada, Ana Beja. Muitas vezes se privou da minha presença para eu puder abraçar este projecto.
Eu e o certificado