Aposto que em Junho aparecem as declarações de regularização todas. O Estado quererá higienizar isto a sério? Parece-me a mim que caso continue esta vergonha deverão sim descer 6 clubes em troca com outros 6 possuidores de contas sãs. Prefiro que o Benfica jogue contra jogadores pagos, ainda que pouco, em vez de amadores. Sim porque um jogador do Vitória de Guimarães ou é amador ou joga por beneficência desde Outubro. Julgo que nenhum deles foi para lá com estas ideias em mente.
João Proença – Na final da sua carreira sindical quis ficar na história. Teve duas vitórias importantes. Não se vai formalizar a hipótese de redução da retribuição do trabalhador até 20% por acordo com a entidade empregadora, e, a meia hora a mais por dia caiu. João Proença surpreendeu-me, e de que maneira, pela positiva.
O lado negativo – De uma penada, o patronato arrecadou de borla no mínimo 4 e no máximo 7 dias de trabalho anuais. Mais, ganhou capacidade de modulação pelo uso do ‘Banco de horas individual’. Até aqui tudo bem. Agora não percebo porque razão se propõe a baixa de retribuição das horas extraordinárias. Não faz sentido, é ir longe demais no embaratecimento da mão-de-obra. Se para evitar horas extraordinárias são oferecidos mais dias de trabalho e o ‘Banco de Horas Individual’, porque se diminuí o seu valor? Na minha óptica é premiar a má gestão e concorrer para má retribuição/motivação do esforço individual de cada um.
O lado positivo – Tirando a questão das indemnizações por despedimento em que se admite que a evolução não é significativa - no caso dos trabalhadores com muitos anos de ‘casa’. Os medíocres empresários nacionais ficam sem álibis. Agora já todos devem adorar o Álvaro.
O lado curto – Lamentável, e digo-o sem qualquer pejo, a total ausência de menções em relação ao aumento do salário mínimo nacional. Desde que se acabem com indexações injustificadas de outras retribuições a esta, não há razão para não caminhar para uma dignidade mínima exigível num país ocidental. 600 Euro não era pouco.
O lado ignorante – Anda meio mundo com medo da subjectividade no despedimento porque agora é proposto por falta de rendimento/qualidade. Pois bem, não tenham. A coisa é tão simples ou tão complexa que uma ‘ferramenta destas’ só irá ser utilizada por empresários que caminhem para a implementação de sistemas de gestão de qualidade. Caso contrário, por falta de conforto dos mesmos, não se vai sair do cardápio habitual de razões que levam ao despedimento, logo, nestes casos, uma falsa questão.
O governo – Talvez o primeiro conjunto de decisões em que se percebe uma tentativa estruturada de facilitar a vida aos agentes económicos visando a sua competitividade. Do ponto de vista laboral o sector privado está tratado, agora é pegar o ‘boi pelos cornos’, leia-se funcionalismo público…não quero cortes de ordenados aos bons, quero sim despedimentos dos desnecessários e incompetentes. Quero eficácia e eficiência máxima nas tarefas que não podem ou não devem ser entregues à sociedade civil. Uma exigência; Agora que estamos ‘bem apertados’ para quando uma ACT a fiscalizar a sério. Isto é, vá além da questão do piso anti-derrapante ou do corrimão para descer escadas…