Castelo D’Alba Reserva 2011, Branco Doc Douro
Códega do Larinho+Rabigato+Viosinho
Condições- Bebido de imediato após abertura a 11ºC.
Preço- 4,99 € Continente Amadora.
Prova
Cor/Aspecto- Limpinho, amarelo entre limão e palha.
Aroma- Complexo e interessante. Nos meus sentidos predominaram o vegetal -herbáceo- e cítricos –lima limão bem vivos-.
Boca- Mineral e fresco. Final macio e longo.
Na prova descrita pelo produtor discordei apenas dos frutos exóticos, dá laivos mas não é de longe a primeira sensação. A mineralidade e frescura fica na mente. Vinho que merece o título de reserva, tá bem vivinho. Não é para iniciantes, sendo escolha arriscada para convidados 'casual'. Gostei, de 0-20, 15,5. Esforço interessante e apaixonado ao nível do marketing (para quem comprar ver rolha).
.Com, Regional Alentejano-Estremoz
Branco 2010 – Antão Vaz, Roupeiro, Verdelho e Viognier
Vinhos Tiago Cabaço (3,99€ Auchan-Alfragide)
Condições de Prova-11ºC no início, no dia 18/11/2011.
Aspecto Visual- Limpo, amarelo cítrico.
Olfacto/Nariz-Dada a sua panóplia de castas era de esperar dificuldade nas percepções. Predominantemente vegetal, passando pelo floral até ao frutado. Mais frio tive sensações tropicais, caí para o abacaxi, menos frio para a maçã.
Boca- Mineral e fresco, com alguma evolução.
Nota: Nas mostras de vinho em Lisboa é possível falar abertamente com o seu criador que simpaticamente apresenta os seus vinhos, conseguindo uma harmonia entre abordagem técnica e a linguagem simples para leigos perceberem. Foi assim na Mostra de Vinhos Alentejanos no CCB, no passado mês de Outubro.
http://www.tiagocabacowines.com/
Gostei da combinação que fez com a massa especial da minha namorada. A experimentar com frequência.
Com novo formato mais fácil de escrever, e também de ler, retomo uma das minhas paixões. Relacionar vinhos com sensações e emoções, logo com a minha vida, com todas as deturpações de paixão e relação inerentes!
EA COLHEITA SELECCIONADA 2009
VINHO TINTO REGIONAL ALENTEJANO
Condições de Prova- 20-25ºC e logo após aberto (5 minutos).
Aspecto Visual- Rubi, brilhante e com intensidade média;
Olfacto/Nariz- Elegante e perfumado. Numa linguagem matemática um triângulo de fruta madura dissecada, madeira q.b. e toques vegetais numa base alcoólica alta.
Boca- Equilíbrio de todas vertentes com o alcool a elevar-se no volume de boca. Ligeiramente doce com média persistência e corpo interessante.
Nota: Resumo de todas as notas de prova de 23/03/2011 a 24/06/2011.
A minha avaliação? 16 para cima! Deverá custar na loja de Enoturismo da Fundação Eugénio de Almeida qualquer coisa como 6€. Este vinho faz-me lembrar o esforço e honestidade profissional! O desafio nacional? Tornar este vinho mais barato 1€.
Pêra-Manca Branco 2008 - DOC Alentejo, Fundação Eugénio de Almeida.
Cor- Palha;
No nariz-Complexo e evoluído, aromaticamente desafiante, são várias as sensações entre o floral e frutado;
Na Boca- Equilibrado e persistente. Acidez interessante para 2 anos de idade;
Comentário- Um vinho com personalidade, grande qualidade e ainda vivo. Para quem possa, pois é relativamente caro, cada colheita deve ser provada 2 ou 3 vezes para verificar a evolução desta "pomada". Após prova acompanhou muito bem um almoço de pizza de frutos do mar.
Dica- Já agora, para ser perfeito, aconselho para banda sonora de fundo os The Raconteurs- Consolers of the lonely. Bom álbum de um grupo que descobri por tropeção num escaparate da FNAC.
Herdade de Cortes de Cima- Vidigueira, 14/10/2010
A vindima acabou hoje na Herdade de Cortes de Cima. Logo, a minha primeira experiência como trabalhador na casa também. Foi uma "vintage" singular e difícil, consequência natural de um ano de muita chuva no Inverno e início de Primavera e calor a rodos no Verão. Possivelmente, algo que apanhou de surpresa as rotineiras práticas do sul, e com isso, já se sabe, vieram algumas dores de cabeça para os vitivinicultores.
Curiosamente, apesar dos alarmes ambientalistas, 2010 contraria a tese do 'prolongamento do deserto' Sahara pelo Alentejo a dentro. Homens do campo dizem mesmo que em alguns locais da Vidigueira já não se via tanta água na terra há três décadas.
Quanto a vinhos, apesar de ser algo cedo e eu seja mais Engenheiro que Enólogo, é facilmente verificável que há na mesma os muito bons -em menor quantidade-, e que no geral a qualidade média situa-se entre o médio mais e o bom.
Destaco desta experiência a aprendizagem de novas técnicas de vinificaçã e a facilidade de adaptação ao local. Fico feliz de com 35 anos ainda ter a humildade de assinar um contracto de Enólogo Estagiário e ir aprender com quem sabe e tem sucesso nacional e internacional no que faz (independentemente de gostar-se muito, pouco ou assim assim do modelo de negócio de Hans Kristian Jorgensen -formatado ao traço secular da gestão/negócio familiar-).
Foram 45 dias intensos e densos. Valeu a pena! Mais uma experiência profissional rumo à construção na minha cabeça daquilo que deve ser a construção de um vinho de assinatura -a minha-. Uma passagem que acima de tudo deixa marca, bem positiva por sinal. É o Portugal que ainda mexe!
Quinta do Cardo Síria
DOC Beira Interior
Colheita 2008
Preço- Oferecido pelo Engenheiro/Enólogo João do Ó Marques
Apresentação- Superior, marketing da companhia bem trabalhado. O número de lote continua mal colocado. Rolha; peça inteira Corgom, ao contrário da colheita 2007, desta vez não se partiu.
Aspecto- Amarelo lima, limpo e vivo.
Nariz- O festival de fruta do costume!!! Quais? Depende de quem prova e do seu estado de espírito.
Boca- Fresco, equilibrado com macieza q.b., à semelhança de 2007 a madeira está numa medida tão certa que só na boca fiquei seguro que o vinho teve barricas (pela consequente “battonage”).
Avaliacão- Muito bom. Vinho de “finesse” perfeito para brilharetes sociais entre enófilos ou bebedores ocasionais. De ano para ano a qualidade usual sem cair na tentação da “Over Oaked”. Assim, mais sensação ou menos sensação, a qualidade manteve-se constante, sinal que a engenharia está a fazer o que lhe compete.
Nota Final- 17 Valores
Observação- Bebi este vinho no Natal com a família, logo de imediato pensei que também não desmerecia uma companhia feminina especial e um bom prato de peixe. É um vinho da orgulhosa província para urbanos das cidades. De passagem por Figueira de Castelo Rodrigo, não deixem de perguntar onde é esta quinta. Vale a pena visitá-la, comprar uma garrafa e falar com os profissionais da casa.
Quinta do Cardo Síria
DOC Beira Interior
Colheita 2007
Preço 6,15 € (El Corte Inglês)
Apresentação- Superior, marketing bem trabalhado, à excepção da colocação do número de lote, o aspecto exterior é do melhor que se faz por cá. Rolha; peça inteira que se partiu na abertura, não fico particularmente agradado com o facto, especialmente quando se aplica uma força desnecessária para a tirar.
Aspecto- Amarelo lima, limpo e apelativo. O que se espera dum jovem branco.
Nariz- Fruta muita!!! Exuberante, quem o provou na minha companhia “descobriu” desde a laranja ao ananás maduro. É sempre bom sinal quando um vinho nos desperta os sentidos para fruta que gostamos.
Boca- Fresco, equilibrado com um final que não desmerece o seu potencial olfactivo.
Avaliacão- Muito bom, especialmente para quem quer fugir ao internacional branco com muita "madeira". O preço é alto, logo, a relação custo qualidade deve ser trabalhada para que este vinho possa ser privilégio ao alcance de mais portugueses. Deve ser conhecido!!!
Nota Final- 16 Valores (se não fosse o preço dava mais!).
Observação- É com grande prazer que provei um vinho feito por um enólogo que se iniciou na vida profissional ao mesmo tempo que eu, e, na mesma “casa”!!! Não me espanta a qualidade do néctar, é um corolário natural do trabalho de um engenheiro de trato fino, trabalhador e de personalidade bem vincada, dando o melhor de si diariamente. Por outro lado, a casta Síria é uma das verdadeiras pérolas da Beira Interior, valendo a pena ser processada por gente competente. Um obrigado à terra que nos deu estas uvas e um abraço para o grande amigo que criou este vinho… Afinal na Beira Interior há algo mais que pedras e padres!!!...Há queijo e vinho.
Vale do Rico Homem
Branco Regional Alentejano
Colheita 2007
Preço 3,49 € (Pingo Doce)
Apresentação- Nome um pouco "larilas" para o meu gosto, contudo, não prejudica um todo bem conseguido. Felizmente, a rolha ter-se partido, não foi um mau sinal, mas apenas um sintoma de mau jeito meu, e, de provavelmente, ser uma peça inteira com qualidade limitada. Gostei particularmente da análise laboratorial (fundamental) do vinho publicada na rotulagem.
Aspecto- Palha de alguma intensidade. Limpo.
Nariz- Grande surpresa! Muito frutado, maioritariamente citrinos bem maduros. Vinho agradavelmente perfumado, nem notei a madeira (talvez por falta de treino), só depois de ler o rótulo vi que estagiou durante 5 meses com batonnage periódica.
Boca- Fresco e ontuoso ligeiro. Ligeiramente doce sem prejudicar. Persistente com um final elegante.
Uma boa fermentação sob borra fina, quando feita em q.b., dá sempre vinhos muito agradáveis sem serem monótonos.
Avaliacão- Muito bom. Uma grande surpresa. Está no ponto para ser bebido.
Nota Final- 16 Valores.
Observação- Numa garrafeira limitada do Pingo Doce, na minha localidade de residência, encontrei um bom vinho de castas nobres (Antão Vaz, Arinto, Verdelho, Gouveio, e Viognier) que provam umas das valias da vitivinicultura tradicional nacional o "blending". Mais, é um vinho feito exclusivamente para a Jerónimo Martins o que é meritório para o Grupo.
Vila Santa (João Portugal Ramos)
Branco Regional Alentejano
Colheita 2007
Antão Vaz
Preço 17€/garrafa (Chafariz Bairro Alto)
Apresentação
O contraste de cores é pouco conseguido (o verde azulejo não é bonito). O recorte no rótulo também não me parece boa ideia. Rolha, peça natural inteira de boa qualidade tendo em conta a longevidade de um branco. Garrafa bordalesa Verde. Tudo normal.
Prova
Aspecto- Limpo, intensidade média, entre o limão e palha.
Nariz- Frutado. Pêra para uns, banana para outros, foi o sugerido pelo painel de amigos.
Boca- Seco, flácido, com final elegante mas curto. Dá a sensação de querer ser um vinho fácil para novos consumidores.
Relação Preço/Qualidade- O vinho de qualidade média/boa, em Portugal, continua a ser um bem de luxo,isto quando se procura algo mais que bebe-lo fora de casa.
Avaliação Final
Numa prova entre enófilos/enólogos foi a confirmação daquilo que o Alentejo pode fazer (e também o que não consegue fazer!) em termos de brancos.
Nota Final
14,5 valores
Rodapé
O Vila Santa antecedeu um Quinta de Pancas Chardonnay & Arinto 2006, como tal perde sempre na comparação com um branco da Estremadura que em condições normais é sempre melhor. Pena é eu ter ligações emocionais/profissionais a esta quinta. Assim, é impossível comentar o melhor vinho da noite. Eu seria tendencioso. Uma boa vida prós amigos que me acompanharam nesta prova.